Protocolo Reviver - Uma jornada completa

1.
Escuta ativa
Acolher o outro é o início de qualquer cura. Na escuta afetiva, o terapeuta se coloca de frente, com o coração atento e sem julgamento, ouvindo não apenas palavras, mas também os silêncios, os gestos, o olhar. Essa escuta toca a dimensão do ser onde o medo é dissolvido e a confiança pode nascer.
Este momento inicial inibe a ativação da amígdala cerebral, reduzindo medos e defesas, e prepara o sistema nervoso para relaxar. É o primeiro passo para o corpo entrar em estado polivagal, onde a sensação de segurança começa a florescer.
Conceitos científicos:
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Inibição da Amígdala: Estudos mostram que ambientes de segurança e escuta empática reduzem a hiperativação da amígdala, região ligada ao medo e defesa (Porges, 2011; Siegel, 2012);
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Teoria Polivagal (Stephen Porges): A comunicação segura (inclusive a facial e vocal) ativa o ramo ventral do nervo vago, facilitando relaxamento e conexão social.

2.
Exercícios Respiratórios
A respiração é ponte entre o corpo e a consciência. Guiar o idoso a respirar de forma consciente ativa o nervo vago, o principal regulador do sistema nervoso parassimpático. A respiração profunda e cadenciada regula batimentos cardíacos, diminui a pressão arterial e reforça o estado de segurança e presença. Neste estado, o corpo entende que pode descansar, abrindo espaço para que as etapas seguintes sejam recebidas com entrega.
Conceitos científicos:
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Ativação do nervo vago: Respirar lentamente e profundamente estimula o nervo vago, reduz a frequência cardíaca e promove estados de relaxamento (Jerath et al., 2006);
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Resposta parassimpática: A respiração consciente fortalece o sistema parassimpático, favorecendo recuperação fisiológica.

3.
Meditação guiada
com música
Aqui, o pensamento começa a transformar a química interna. A meditação guiada atua diretamente sobre o sistema límbico, influenciando emoções e promovendo liberação de neurotransmissores do bem-estar. A voz suave, as imagens mentais positivas e a música com frequências específicas conduzem o corpo a estados sutis, regulando a mente e acessando níveis mais profundos de percepção.
Somos feitos de frequência. Como água (mais de 60% do corpo), somos moldados pelo som e pela intenção. A música escolhida, com tons que ressoam com o coração e os centros energéticos, atua como um bálsamo vibracional que penetra suavemente nos tecidos, nos pensamentos e nas memórias.
Conceitos científicos:
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Mudança neuroquímica: A meditação reduz cortisol e aumenta serotonina e dopamina, promovendo relaxamento e bem-estar (Tang et al., 2015).
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Efeitos da música: Frequências musicais específicas (como 432 Hz ou 528 Hz) têm sido associadas à redução de estresse e modulação emocional (Chanda & Levitin, 2013).

4.
Thai Massage
O corpo agora pode ser tocado com segurança e presença. Nesta etapa, os alongamentos conscientes, as pressões e os balanços da Thai Massagem despertam o corpo para sua própria inteligência sensorial. O toque presente e respeitoso desperta a neuroplasticidade, estimula novos receptores celulares e reorganiza padrões posturais e emocionais antigos.
A prática é conduzida como uma dança, e cada movimento convida o corpo a lembrar-se da sua capacidade de regenerar, de abrir espaço e de receber a vida com suavidade.
Conceitos científicos:
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Neuroplasticidade e toque: O toque terapêutico de qualidade modula a atividade do córtex somatossensorial, reorganizando padrões neuromusculares (Field, 2010);
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Regeneração corporal: Alongamentos e mobilizações promovem liberação de fatores de crescimento celular, como o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor).

5.
Ventosoterapia
Integrativa
A circulação é despertada e os tecidos ganham nova vitalidade. Após a Thai Massagem, a aplicação da Ventosaterapia (uso terapêutico de ventosas) atua profundamente na promoção da circulação sanguínea e linfática, na liberação de tensões miofasciais e no estímulo do sistema imunitário.
O efeito de pressão negativa criado pelas ventosas mobiliza nutrientes essenciais para os tecidos, remove resíduos metabólicos acumulados e promove a liberação de bloqueios energéticos e emocionais armazenados no corpo.
Aplicada com técnica, presença e sensibilidade, a Ventosaterapia potencializa a abertura de espaços internos para a regeneração e o relaxamento profundo.
*Essa etapa é avaliada criteriosamente pelo terapeuta e aplicada, se a condição do utente permitir.
Conceitos científicos:
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Aumento da circulação local: A pressão negativa das ventosas estimula a perfusão sanguínea e acelera processos de reparação tecidual (Chi et al., 2016).
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Modulação inflamatória: A Ventosaterapia promove efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes locais, favorecendo o equilíbrio imunológico (Rozenfeld & Kalichman, 2016).
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6.
Segmentares
A integração se completa pelo movimento espontâneo e pela empatia. Nesta última etapa, os movimentos segmentares — inspirados na abordagem de Reich — são guiados com música, presença e leveza. Os neurônios-espelho são ativados, promovendo empatia e conexão entre os participantes ou com o facilitador.
Movimentos simples e simbólicos ajudam a liberar couraças musculares e emocionais, acessando memórias corporais e integrando sensações de pertencimento, expressão e liberdade. Um abraço ao final promove liberação de ocitocina, o hormônio do vínculo, selando a experiência com amorosidade e calor humano.
Conceitos científicos:
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Neurônios-espelho: A dança e o movimento partilhado ativam redes de neurônios-espelho, aumentando empatia e regulação emocional (Rizzolatti & Craighero, 2004);
Liberação de ocitocina: Contato físico e movimentos sincronizados aumentam a secreção de ocitocina, o "hormônio do vínculo" (Uvnas-Moberg, 1998).
